Déficit do Saúde Caixa confirma acerto da categoria ao aprovar novo ACT
O Grupo de Trabalho do Saúde Caixa, composto por
representantes das empregadas, empregados e da direção da Caixa Econômica
Federal, reuniu-se no dia 8 de dezembro para discutir o acompanhamento
trimestral do plano e os números projetados até novembro. Os dados apresentados
pelo banco reforçam a importância da mobilização da categoria e o acerto na
aprovação do novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa, cuja
vigência começa em janeiro de 2026, após a assinatura pelas partes.
“De acordo com as informações compartilhadas pelo banco, o resultado projetado
para 2025 indica um déficit de aproximadamente R$ 560 milhões, considerando as
receitas e despesas acumuladas. Até novembro, as despesas totais já somavam R$
4,005 bilhões, contra R$ 3,445 bilhões em receitas”, observou o coordenador da
representação das empregadas e dos empregados no GT, Leonardo Quadros, que é
também diretor de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações do
Pessoal da Caixa (Fenae) e presidente da Associação do Pessoal da Caixa do
Estado de São Paulo (Apcef/SP).
Acordo evitará repasse do déficit aos empregados
Frente a esse cenário, a representação das empregadas e dos empregados destacou
que a aprovação do novo ACT foi fundamental para impedir que esse desequilíbrio
financeiro fosse transferido para as trabalhadoras e trabalhadores. O acordo
garantiu:
- Reajuste zero para titulares e dependentes;
- Manutenção dos limites de coparticipação e do teto anual;
- Mecanismos de governança e transparência que ampliam o acompanhamento do plano.
“Os números apresentados hoje comprovam o que dissemos durante todo o processo
de negociação: sem acordo, o rombo seria empurrado para o bolso das empregadas
e empregados. A categoria tomou a decisão correta ao aprovar o ACT. Ele
preserva direitos, dá previsibilidade e impede que a conta da alta dos custos
médicos recaia sobre quem trabalha”, avaliou o coordenador da Comissão
Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco.
Despesas em crescimento
As demonstrações apresentadas pela Caixa mostram crescimento significativo em
diversos tipos de atendimento:
- Internações: salto de R$ 1,407 bilhão (2024) para R$ 1,627 bilhão (2025);
- Medicamentos quimioterápicos: aumento de R$ 156,9 milhões para R$ 200,2 milhões;
- Consultas e pronto-socorro: também registraram elevação expressiva.
No acumulado do ano, a despesa assistencial superou o
projetado em vários meses, enquanto a arrecadação com mensalidades se manteve
estável, com exceção de novembro, em decorrência da contribuição sobre o décimo
terceiro salário.
Para a representação dos trabalhadores, os dados reforçam a necessidade de
fortalecer a luta pela aplicação do modelo de custeio 70/30 (70% dos custos
pagos pelo banco e 30% pelos empregados) sem o atual condicionante do teto
estatutário de 6,5% da folha, de modo a facilitar a ampliação da participação
da Caixa no financiamento do plano.
“O Saúde Caixa é uma conquista histórica, e seu equilíbrio depende de
responsabilidade, diálogo e compromisso da empresa com a saúde de quem constrói
o banco todos os dias”, destacou o coordenador da CEE. “Por isso, insistimos na
necessidade do fim do teto de gastos da Caixa com a saúde de seus empregados,
fixado no Estatuto Social da Caixa em até 6,5% da folha salarial. Somente com o
fim do teto, o modelo de custeio 70/30 poderá ser aplicado de forma plena, para
que nosso plano de saúde tenha viabilidade financeira”, completou.
Próximos passos
Ainda não há a confirmação da data para a assinatura do ACT aprovado. O acordo
passa a vigorar a partir de janeiro de 2026.
A retomada das negociações sobre o fim do teto de gastos da Caixa com a saúde
dos seus empregados e a igualdade de direitos após a aposentadoria para quem
foi contratado a partir de setembro de 2018 está prevista para fevereiro de
2026.
“Vamos continuar atuando no GT e nas instâncias de negociação para garantir que
o Saúde Caixa siga sustentável, solidário e acessível”, disse Felipe Pacheco.
“Nosso compromisso é com as empregadas e empregados da Caixa, garantindo que o
plano continue existindo com qualidade, sem aumentos abusivos de custos e com
transparência na gestão”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT
