Fundação Sudameris: mais uma vez Santander ataca aposentados
O esporte predileto da direção do banco Santander de 2017
para cá é atacar o direito dos trabalhadores da ativa e dos que se aposentaram
e mantiveram direitos pós-emprego, como fundo de pensão e assistência, entre
outros.
Os aposentados oriundos do Santander, Sudameris, Real, Banespa, Bandepe, depois
de anos de dedicação ao banco, no momento de fragilidade, em que mais precisam
da assistência médica, do fundo de pensão e de remédios, veem o seu direito e a
sua dignidade ser atacada pelo Santander.
Aposentados viraram sinônimo de despesa e risco, e o banco espanhol não mede
esforços e maldades para tirar do balanço as provisões relativas aos direitos
pós-emprego, mesmo tendo lucrado R$ 13,8 bilhões, no último ano.
Fundação Sudameris
O Santander é mantenedor da Fundação Sudameris que administra o benefício
chamado de Clínica Grátis, que congrega cerca de 500 trabalhadores oriundos do
Banco Sudameris, pessoas que trabalharam mais de 25 anos na empresa e se
aposentaram trabalhando no Santander.
Em maio de 2024, o Santander fez uma primeira tentativa de acabar com esse
direito e passar a cobrar mensalidade impagável relativa à assistência
médica. Essa
medida foi suspensa por uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo e
que ainda está em vigor.
Novo ataque
Porém, no dia 29 de agosto, o banco convocou e realizou uma reunião virtual de
associados e partes interessadas, com a finalidade de expor aos associados os
motivos pelos quais não mais disporia de recursos para manter o custeio do
benefício denominado "Clínica Grátis para Aposentados", bem como para
realizar votação por meio da qual os membros optariam entre desligar-se de tal
plano de saúde, mediante recebimento de indenização, ou manter-se no plano de
saúde, o qual, no entanto, teria que ser custeado pelos próprios beneficiários.
Essa convocação e a reunião foram realizadas em desrespeito às normas
estatutárias que regem a Fundação, e as alternativas apresentadas aos
aposentados desrespeitariam direitos historicamente assegurados para esses
trabalhadores, sujeitando-os a optar, de forma irreversível e sem tempo hábil
para avaliar as consequências jurídicas de sua opção, entre duas alternativas
extremamente prejudiciais.
As opções apresentadas são uma afronta aos direitos dos aposentados: ou o
trabalhador aceita uma indenização e sai “voluntariamente” do plano, ou adere
voluntariamente a um novo plano estipulado pelo banco e passa a arcar
integralmente com o custo de R$ 2.500 por pessoa.
A proposta foi prontamente rejeitada pelos aposentados, mas o banco já
comunicou na convocação que não tem mais recursos e que só arcará com a
mensalidade de agosto/25 e descontinuará o pagamento da assistência médica.
“Entendemos que é uma afronta o tratamento dado pelo
Santander aos aposentados do Grupo e que o trabalhador que cumpriu as regras do
Clínica Grátis passou a ter esse direito incorporado ao contrato de trabalho e
isso não pode ser descontinuado pelo empregador”, diz Vera Marchioni, diretora
da Afubesp e do Seeb/SP. “Vamos buscar todos os meios para manter esse direito
dos aposentados”, conclui.
Fonte: Seeb/SP, com edição de SINTRAFI Barretos