Contra o crime organizado, Banco Central anuncia medidas para reforçar a segurança do sistema financeiro
Nesta sexta-feira, 5 de agosto, o Banco Central (BC)
anunciou novas medidas para reforçar a segurança do sistema financeiro nacional
diante de ataques hackers e da utilização de fintechs pelo crime organizado
para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
As medidas, que serão publicadas ainda nesta sexta 5, foram
anunciadas por diretores e pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, em
entrevista coletiva. "Essas medidas são contra o crime organizado. Não
contra qualquer tipo de instituição ou segmento", pontuou Galípolo.
“Medidas para reforçar a segurança, transparência e lisura do sistema financeiro nacional são sempre bem-vindas. Defendemos que fintechs e demais instituições de pagamento sejam submetidas às mesmas obrigações tributárias, de transparência, segurança de dados e trabalhistas que os bancos. A correção das atuais distorções do sistema financeiro faria justiça não só aos trabalhadores das fintechs – que hoje atuam como bancários, mas sem os mesmos direitos – como também facilitaria o combate ao crime de lavagem de dinheiro”, explica Neiva Ribeiro, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários
O presidente do BC afirmou ainda que as medidas apresentadas
hoje são as primeiras, mas que este será um processo contínuo e outras serão
anunciadas em breve.
Confira abaixo as medidas anunciadas:
Para instituições de pagamento não autorizadas e as que se
conectam à rede do Sistema Financeiro Nacional via PSTI (Prestadores de
Serviços de Tecnologia da Informação) fica limitado em R$ 15 mil o valor de TED
e Pix. A limitação poderá ser removida quando o participante e seu respectivo
PSTI atenderem aos novos processos de controle de segurança.
De forma transitória, os participantes que atestarem a
adoção de controles de segurança da informação poderão ser dispensados da
limitação por até 90 dias.
O prazo final para que instituições de pagamento não
autorizadas solicitem autorização ao BC foi antecipado de dezembro de 2029 para
maio de 2026. Além disso, a partir de agora, nenhuma nova instituição de
pagamento poderá operar sem prévia autorização do BC.
Introduz controles adicionais às instituições de pagamento.
Somente integrantes dos segmentos S1, S2, S3 ou S4, que não sejam cooperativas,
poderão atuar como responsáveis no Pix por instituições de pagamento não
autorizadas. Os contratos vigentes deverão ser adequados em até 180 dias.
O BC poderá requerer certificação técnica ou avaliação
emitida por empresa qualificada independente que ateste o cumprimento dos
requisitos. A instituição de pagamento que já estiver prestando serviços e
tenha seu pedido de autorização indeferido deverá encerrar as atividades em até
30 dias.
Aumenta os requisitos e controles para o credenciamento dos
PSTI. Passa-se a exigir capital mínimo de R$15 milhões. O descumprimento estará
sujeito à aplicação de medidas cautelares ou mesmo descredenciamento. A norma
entra em vigor imediatamente e os PSTI em atividade têm até quatro meses para
se adequarem.
Fonte: Seeb/SP, com edição de SINTRAFI Barretos