Coletivo Nacional de Segurança Bancária alinha propostas para negociação com a Fenaban e prepara seminário nacional
O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT se
reuniu nesta quinta-feira (10) com representantes das federações e sindicatos
de bancários de diversas regiões do país para debater as principais
preocupações e propostas relacionadas à segurança no setor financeiro. O
encontro serviu para alinhar os pontos que serão levados à mesa de negociação
com a Fenaban, prevista para agosto, e também definiu uma data indicativa para
o Seminário Nacional de Segurança Bancária, que deve ocorrer em novembro.
A reunião foi marcada por relatos contundentes sobre a precarização das
condições de segurança nas agências. Os representantes destacaram o fechamento
de unidades físicas, especialmente nos grandes bancos, o que tem gerado
demissões e aumentado a pressão sobre os locais que permanecem abertos. Em
muitos casos, os próprios bancários estão sendo obrigados a abastecer os caixas
eletrônicos (ATMs), uma função que deveria ser realizada exclusivamente por
empresas de segurança especializada.
Outro ponto de preocupação é a atuação dos bancos junto a prefeituras para
retirada das portas giratórias de segurança das agências, medida que coloca em
risco a integridade de trabalhadores e clientes. As chamadas “agências de
negócios”, modelo cada vez mais adotado pelas instituições, também foram
criticadas por não contarem com estrutura de segurança adequada.
Os idosos têm sido particularmente prejudicados com o avanço do autoatendimento
e da digitalização, tornando-se alvos frequentes de golpes e fraudes. A falta
de suporte presencial nas agências aumenta ainda mais a vulnerabilidade desse
público.
Para Jair Alves, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da
Contraf-CUT, o debate foi fundamental para traçar estratégias e cobrar uma
postura mais responsável por parte dos bancos. “A segurança bancária precisa
ser tratada como prioridade estratégica. Não podemos permitir que trabalhadores
e clientes fiquem expostos a riscos por falta de investimento ou descaso com os
protocolos. Nossa luta é para que a segurança acompanhe as transformações
digitais e preserve a integridade de todos que utilizam os serviços bancários”,
afirmou.
Entre as principais reivindicações que serão levadas à
Fenaban estão:
- Avaliação dos planos de segurança das agências pela Polícia Federal;
- Proibição de abertura de terminais de autoatendimento por funcionários;
- Obrigatoriedade de sinalização externa nas agências sobre a inexistência de numerário no local;
- Visitas técnicas aos centros de segurança dos principais bancos;
- Participação de representantes da Polícia Federal e especialistas no seminário nacional.
Fonte: Contraf-CUT