CUT e demais centrais entregam ao governo federal a pauta da classe trabalhadora
A CUT e demais centrais sindicais entregaram, na tarde desta
terça-feira (29), ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a
pauta de reivindicações da classe trabalhadora. Entre outras demandas urgentes,
quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial;
o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5
mil e a taxação dos super-ricos.
> Leia a íntegra da pauta aqui.
Além dos presidentes das centrais sindicais, estiveram
presentes o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra-chefe da Secretaria
de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffman,
ministro-chefe da secretaria Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo e
o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
A entrega do documento foi parte da agenda de mobilização em
Brasília nesta terça-feira. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todo o
país, organizados pela CUT, centrais e entidades filiadas (confederações,
federações e sindicatos) participaram nas primeiras horas do dia da Plenária da
Classe Trabalhadora e, logo após, da caminhada na Esplanada dos Ministérios.
Trabalhadores do Ramo Financeiro de Barretos e região
estiveram representados na atividade pelo presidente do Sindicato, Marcelo
Martins, e pelo diretor Fábio A. Medeiros.
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SINTRAFI Barretos participa da Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília
Marcha deixa sentimento de garra para enfrentar o futuro
Mais cedo, durante a marcha, dirigentes sindicais
discursaram ao público sobre a necessidade de a classe trabalhadora estar
sempre alerta e preparada para enfrentar os constantes ataques à democracia e,
claro, aos direitos sociais e trabalhistas.
É válido lembrar que a reforma Trabalhista, em 2017, retirou
mais de 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo a
pejotização e a terceirização sem fim, e a reforma da Previdência de 2019
aumentou o tempo de contribuição e diminuiu o valor de aposentadorias e
pensões. Hoje o movimento sindical luta para pela ampliação dos direitos
trabalhistas.
“A gente sabe que nenhum direito que a classe trabalhadora
tem caiu do céu ou foi benefício dado por alguém, foi com muita mobilização e
com muita luta”, reforçou Sergio Nobre, presidente da CUT, ao incentivar os
trabalhadores a se manterem firmes na luta por seus direitos.
Para o secretário Geral da CUT Nacional, Renato Zulato, a
marcha cumpriu o com as expectativas e a presença dos trabalhadores e
representantes dos seus sindicatos demonstrou unidade na defesa de direitos e
da democracia.
A defesa da pauta dos trabalhadores passa também pelo plebiscito popular, lembrou o secretário de Mobilização e
Relação com os Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, o
Miltinho. O plebiscito levará à população brasileira três importantes temas,
para que ela responda sim ou não: a redução de jornada de trabalho sem a
redução de salário, o fim da escala 6x1 e a justiça tributária, com a isenção
de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e aumento da cobrança para
quem ganha acima de 50 mil.
“Estamos aqui juntos, fortes e vamos construir esse
processo, a nossa ideia de fazer um plebiscito nacional onde milhões de pessoas
participem, não só os trabalhadores, não só os sindicalistas, mas o conjunto da
cidade e do campo. A largada é agora, nesse dia 29, nessa marcha que as
centrais e os movimentos sociais estão construindo”, disse Miltinho.
A presença feminina na luta pela redução da jornada sem
redução salarial e o fim da escala 6 X 1 foi elogiada pela secretária da Mulher
Trabalhadora da CUT Nacional, Amanda Corcino.
“As longas jornadas são cruéis em especial às mulheres
trabalhadoras, porque nós temos uma jornada de trabalho muito maior, mais
exaustiva, nós temos a jornada do trabalho remunerado, mas também temos a
jornada que é das atividades de cuidar, das atividades domésticas, então para
nós mulheres vai ser um ganho muito grande, que a gente consiga reduzir essa
jornada, para que possamos ter mais tempo para nos dedicar aos nossos cuidados”,
disse Amanda.
Fonte: CUT Nacional, com edição da Contraf-CUT e do SINTRAFI Barretos