COE Itaú cobra mudanças no programa GERA e reajuste da PCR
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se
reuniu na quarta-feira (2) com a direção do banco para debater os problemas
apontados no último Encontro, incluindo questões relacionadas ao programa GERA
e ao pagamento da Participação Complementar nos Resultados (PCR).
Durante a reunião, o banco informou que já está implementando melhorias no
canal “Fale com o GERA”, ferramenta específica para encaminhamento de
reclamações sobre o programa. Segundo os representantes do Itaú, cerca de 100
agências registram queixas mensalmente e estão sendo trabalhadas para
resolução. A proposta do banco é simplificar o funcionamento do GERA.
No encontro, o banco admitiu que algumas produções demoram a ser computadas no
programa, como no caso da lista VAI, cujo prazo para registro da produção do
primeiro contato é de sete dias. Além disso, a COE questionou o fato de as
metas trimestrais estarem sendo cobradas mensalmente, com pontuação elevada,
sempre acima de 1.000 pontos. Em resposta, o responsável pela área explicou que
existe apenas um relatório mensal para que os funcionários acompanhem seu
desempenho, mas reconheceu que alguns gestores utilizam esse relatório como
meta mensal, gerando cobranças excessivas e pressão no ambiente de trabalho.
A COE apresentou um exemplo de cobrança abusiva em uma região específica, que
foge totalmente das regras do programa.
"Temos que denunciar ao banco o
ranqueamento, a exposição de funcionários em alguns locais e a gestão do
programa GERA de forma assediadora", destacou a coordenadora da COE Itaú,
Valeska Pincovai.
Outro problema levantado foi a punição no Sistema de Qualidade de Vendas (SQV).
Atualmente, se um funcionário é punido em uma agência e posteriormente
transferido, ele carrega essa punição para o novo gestor e unidade. O banco
alegou que essa prática leva em consideração a lotação do empregado no momento
da aplicação.
Além disso, a COE questionou a ausência de remuneração dos ANS no segmento
empresas em relação ao GERA, o impacto da transferência de funcionários e a
mudança de porte das agências nas metas. O Itaú se comprometeu a debater esses
pontos em uma próxima reunião, na qual também apresentará informações sobre a
gestão do programa, sua comunicação interna, avaliação e treinamentos.
Descomissionamento e rebaixamento de cargos
Outro tema importante abordado foi o crescente número de
bancários rebaixados de cargo. Segundo a COE, em diversas regiões, gerentes
estão sendo descomissionados para o cargo de Assistente de Negócios (AN), com
jornada de seis horas. O banco justificou que essas decisões ocorrem porque os
trabalhadores não estariam desempenhando a função conforme os requisitos
estabelecidos, e que essa prática está respaldada pela Reforma Trabalhista.
Rejeição da proposta de PCR
O Itaú apresentou uma proposta de reajuste da Participação
Complementar nos Resultados (PCR):
- 2025: Reajuste do INPC (4,17% em janeiro)
- Até 23% de ROE: R$ 3.831,48
- Acima de 23% de ROE: R$ 4.016,15
- 2026: Reajuste conforme a categoria.
A COE rejeitou a proposta imediatamente, argumentando que o
reajuste precisa valorizar os trabalhadores, especialmente diante do alto lucro
que o banco tem registrado nos últimos anos.
"Os bancários do Itaú merecem
respeito! O banco precisa valorizar aqueles que trabalham duro para que ele
alcance lucros exorbitantes. Não é justo que os trabalhadores adoeçam para
bater metas e não sejam reconhecidos como deveriam", rdestacou Valeska
Pincovai.
"O movimento sindical tem pontuado ao banco que os grandes problemas são as metas, que muitas vezes são inatingíveis e que o objetivo deve ser sempre a busca por melhorar cada vez mais a remuneração dos funcionários. O Itaú tem apresentado lucros bilionários, ano após ano, mas o PCR não reflete essa realidade. O mínimo que esperamos é um reajuste condizente com o crescimento da instituição", reforçou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Barretos e região, Marco Antônio Pereira (Marquinho).
Uma nova reunião será agendada para que a COE apresente novamente suas reivindicações
sobre o PCR.
"O encontro foi positivo porque conseguimos debater os
problemas e angústias dos funcionários com o objetivo de construir soluções
para os trabalhadores", concluiu a coordenadora da COE Itaú.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de SINTRAFI Barretos