Bancos fecharam quase 4,2 mil postos de trabalho em um ano
A Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro bimestre de 2024, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), aponta uma eliminação de 4.171 postos de trabalho bancário no acumulado dos últimos 12 meses.
“A redução de postos de trabalho nos bancos já é uma constante. Em 2023, houve um pequeno aumento apenas no mês de outubro. Em todos os demais, houve redução. Então, apesar da recuperação econômica em andamento no país, e dos repetidos aumentos nos lucros dos bancos, é um erro achar que está havendo crescimento de postos de trabalho bancário”, observou.
Realidade oposta
Mas, ao se analisar o saldo do emprego bancário no ramo financeiro, do qual o setor bancário faz parte, verifica-se uma realidade oposta. Mesmo com o setor bancário puxando o número de vagas para baixo, nos últimos 12 meses, foram criados 20,5 mil postos de trabalho no ramo financeiro, uma média de criação de 1,7 mil postos/mês, com destaque para as cooperativas de crédito e os securitários, que juntos criaram 16,3 mil postos de trabalho no período.
“Enquanto os bancos investem quantias bilionárias em tecnologia, a categoria bancária reduz e tem seu perfil modificado de maneira acelerada. O que observamos são trabalhadores que migram das agências bancárias e muitas vezes não conseguem se autodenominar cooperavitários, por exemplo, porque deixaram de ter qualquer tipo de representação ou uma representatividade pouco atuante. São trabalhadores que possuem condições trabalhistas precárias em relação aos direitos conquistados pela categoria bancária, com remuneração menor e jornada mais extensa”, explicou Marcelo Martins, presidente do Sindicato dos Bancários de Barretos e região.