Por que protestamos contra o Santander, e por que você deve apoiar o Sindicato

 

Para os trabalhadores do Santander, o ano de 2021 ficou marcado pelo avanço da terceirização, mesmo durante a pandemia. Mas, a lista de ataques cometidos pelo banco espanhol não para por aí, e é extensa. Veja abaixo as principais arbitrariedades praticadas ao longo de 2021:

Ampliação da terceirização

O Santander anunciou mudanças na sua área de tecnologia (Geração Digital), alocando os trabalhadores em uma nova empresa do grupo econômico do Santander chamada F1RST, que também recebeu os funcionários da STI, em 2022; e também a terceirização do call center, através da SX Negócios. A medida gerou uma série de protestos e manifestações do Sindicato, que continuarão em 2022.

Assembleia para retirar direitos

O Santander convocou uma assembleia para votar um acordo coletivo com um sindicato que não o dos bancários. A deliberação foi feita com trabalhadores da STI, cujo banco transferiu para uma nova empresa do seu grupo econômico em janeiro de 2022, a F1RST. O Sindicato não deu anuência, não negociou nenhum acordo coletivo, não participou e não concordou com nada do que ocorreu na assembleia, realizada no dia 19 de agosto.

Demissões na pandemia

Em plena pandemia causada pelo coronavírus, e com um cenário de mais de 14 milhões de desempregados, o Santander demitiu mais de 3 mil trabalhadores mesmo tendo apresentado lucro de R$ 13,8 bilhões em 2020 e de R$ 12,4 bilhões nos nove primeiros meses de 2021.

Espanha X Brasil: tratamento diferenciado na pandemia

Os bancários de vários bancos da Espanha, incluindo os do Santander, conquistaram em 2020 um acordo coletivo de trabalho nacional com garantias para a manutenção dos empregos e que assegura uma série de direitos para os trabalhadores em regime de home office. Mas, no Brasil, o Santander promove demissões em massa em plena pandemia e recusa-se a negociar com o movimento sindical um acordo de trabalho coletivo prevendo direitos para os funcionários em trabalho remoto (teletrabalho).

Trabalho presencial no pico da pandemia

Em março, em meio ao aumento das contaminações e mortes em decorrência da covid-19, o Santander, voltou a convocar bancários ao trabalho presencial de algumas áreas, medida que foi revertida após atuação do movimento sindical.

Sem horas extras aos fins de semana e feriados

Também em março, o Santander anunciou que não pagará mais aos bancários as horas extras realizadas aos finais de semana e feriados, que passariam a ser exclusivamente compensáveis, desrespeitando, com isso a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o Acordo Aditivo de Trabalho do Santander e o recém celebrado Acordo de Banco de Horas Negativas.

Horário estendido de atendimento de agências

Durante o período mais agudo da pandemia, agências do Santander em algumas regiões do país estavam atendendo clientes em horário estendido, contrariando o acordado entre o banco e o movimento sindical.

Bancários prejudicados no banco de horas

Bancários passaram a ser prejudicados em seu banco de horas por terem estado de férias ou sido afastados com atestado médico nos dias em que ocorreram a antecipação dos feriados. Os bancários foram obrigados a pagar horas por não terem trabalhado nestes dias. O movimento sindical cobrou a regularização da situação, sem identificar os trabalhadores.

WhatsApp Business infernizando bancários

Até o final de junho, os gerentes do Santander estavam sendo orientados a baixar o WhatsApp Business no celular particular e configurar o aplicativo para atender os clientes com o número comercial do banco da mesa de trabalho. Após cobrança do Sindicato, o banco proibiu a utilização do aplicativo WhatsApp Business para tratar de assuntos relacionados ao banco.

Desconto do valor da assistência médica na conta corrente

O Santander passou a descontar o valor da assistência médica na conta corrente dos bancários que estão afastados sem remuneração e sem direito à complementação salarial prevista em cláusula na CCT. O Sindicato cobrou negociação sobre o tema, mas o banco não atendeu.

Santander condenado por demissões na pandemia

Em ação movida pelo movimento sindical, o Santander foi condenado em R$ 50 milhões por demissões durante a pandemia; por ataques aos participantes dos planos Cabesp e Banesprev; e perseguição aos dirigentes sindicais. A decisão é considerada inédita na história da Justiça do Trabalho de São Paulo.

Bancária com lúpus demitida em plena pandemia

Após 14 anos de banco, e em plena pandemia, o Santander demitiu uma bancária com lúpus por telefone.

Práticas antissindicais

O Santander passou a atacar a organização da categoria bancária. Dirigentes sindicais foram perseguidos com advertências e suspensões, e o banco chegou a demitir dirigentes sindicais, prática que não é comum em qualquer outra instituição bancária.

O Santander cortou 55% do salário de mais de 40 dirigentes sindicais bancários, cipeiros e trabalhadores em estabilidade provisória que ingressaram com ações judiciais de sétima e oitava horas, garantindo assim o direito de receber pelas horas extras realizadas.

Dificuldades na marcação de folgas

Bancários relataram dificuldades para marcar as folgas de compensação por trabalho aos finais de semana e feriados. De acordo com as denúncias, o próprio banco impôs, de forma arbitrária e unilateral, quando a folga deve ser usufruída.

Horas extras sem saber se seriam pagas

O movimento sindical recebeu ao longo do ano diversos relatos de bancários que fizeram horas extras diariamente, e também aos finais de semana, sem saber como e se iriam recebê-las.

Falta de respostas a demandas dos trabalhadores

Em negociação com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), o Santander não apresentou respostas razoáveis e muito menos soluções para problemas detalhados em uma pauta em posse do banco desde o dia 22 de junho.

Perseguição a funcionários em pesquisa interna

O Santander perseguiu funcionários e funcionárias que deram respostas consideradas negativas em uma pesquisa interna sobre clima organizacional supostamente anônima. O Sindicato orientou os bancários e bancárias que se sentiram assediados a denunciarem à entidade.

Ampliação do horário de atendimento de agências, sem negociação

Sem negociar com o movimento sindical, o Santander comunicou a extensão do horário de atendimento aos clientes nas agências até 16h, a partir de 4 de outubro.

Pressão para fazer caridade

Bancários do Santander foram pressionados para realizarem doações ao projeto Amigo de Valor.

Abertura de agência no sábado, em meio ao aumento de contaminações da variante ômicron

Sem negociar com o movimento sindical, o Santander abrirá suas 3 mil agências, em todo o Brasil, no próximo sábado, 22 de janeiro, das 10h às 14h, por conta do lançamento da campanha “Desendivida”. A iniciativa foi anunciada no domingo (16), durante o programa Fantástico, da Rede Globo, pegando trabalhadores de surpresa.

Nesta sexta-feira (21), os sindicatos de todo o país realizam um tuitaço #SantanderSábadoNão para que o banco recue da abertura dessas agências nesse momento em que os casos de contaminações em decorrência da Covid atingem recordes diários. O Seeb Barretos também ingressou com liminar para impedir a abertura das agências lotadas em sua base territorial.

É fundamental se manter sindicalizado

A função do Sindicato é representar o interesse dos trabalhadores. E quanto mais força tiver a entidade, mais sucesso terá nas cobranças frente ao banco e no desfecho das reivindicações dos bancários. E quanto mais sucesso o Sindicato tiver, melhor serão as condições de trabalho, os direitos e a remuneração que os trabalhadores recebem. Por isso é fundamental se manter sindicalizado. Para se sindicalizar, entre em contato direto com um dirigente sindical em sua agência pelo telefone (17) 3322-3911 ou através do WhatsApp (17) 99170-6990. Juntos somos mais fortes!

Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Barretos